Como comprar vinhos lendo somente os rótulos das garrafas
Na hora de comprar uma garrafa, saber interpretar o que está escrito nos rótulos é fundamental para, para quem quer se aventurar pelo mundo dos vinhos
Não se julga um livro pela capa, mas se comprar vinhos pelo rótulo. Se ele não agradar, toda a experiência poderá ser abandonada. Não estamos falando da questão estética, mas da interpretação correta do texto. Ou seja, caso não tenha ideia do que aquelas palavras querem dizer, as chances de se fazer um péssimo negócio são imensas.
Assim como ao adquirir produtos de qualquer natureza é interessante ler o rótulo, com um vinho não seria diferente. Na verdade, a situação não é tão complicada quanto parece. O rótulo de um vinho vai apresentar, ao apreciador, informações básicas como a uva utilizada na produção, a origem e a safra.
Saber um pouco a respeito de cada um desses itens é essencial para ter em mãos um produto de qualidade. Aproveitando o momento de alta nas vendas pela internet, faz ainda mais sentido saber interpretar um rótulo. Afinal, este é o único recurso disponível em uma venda online e será crucial para o sucesso do negócio.
Decifrando o rótulo
Ao decidir comprar vinhos, como você escolhe? Confia nos amigos, nos especialistas ou vai pelo mais atraente? O ideal mesmo é aprender a ler os rótulos, isso irá abrir um novo horizonte na hora da decisão. Algumas informações não podem ser ignoradas quando o assunto é comprar vinho. De forma bem didática, o consumidor precisa identificar as uvas ou região de produção, a safra, a origem, o produtor, graduação alcoólica e classificação do vinhedo.
Por exemplo, os vinhos produzidos no Novo Mundo (África, Américas e Oceania) costumam informar o tipo da uva (merlot, tannat, etc). Já os do Velho Mundo (Europa) indicam muitas vezes a região produtiva.
Em relação à safra, é importante saber se o consumo deve ser imediato ou não. Há vinhos que envelhecem dentro da garrafa como os feitos com uva pinot noir da região da Borgonha (França). Para esses não há pressa em consumir. Já os vinhos jovens foram feitos para serem bebidos mais rapidamente, caso contrário perdem a qualidade.
Outra informação importante é a origem. Ela consta naquelas inscrições abreviadas do tipo DOC (vinhos italianos), AOC ou AOP (franceses) e DO (espanhóis). Isso atesta a região de produção que muitas vezes é controlada e isso é sinônimo de qualidade. O nome do produtor também pode aparecer no rótulo, como uma grife.
Por fim, é bom olhar a porcentagem de álcool, quanto mais alta a graduação, maior a durabilidade e sensação de peso ao beber. Já a última dica é a classificação do vinhedo (Cru, Grand Cru ou Premier Cru). O Grand Cru é o nível mais alto de qualificação, seguido pelo Premier Cru. Isso remete à produção de safras com qualidade constante.
Rótulo e contrarrótulo
Nem todo o vinho possui um rótulo traseiro. Mas quando isso acontece, é interessante observar algumas informações. Primeiro que se o vinho for importado, no Brasil é lei que seja informado ao consumidor o nome da importadora e isso é colocado no contrarrótulo.
Em outros casos o espaço é utilizado para contar a história da vinícola, dar dicas de harmonização, informações de como conservar a garrafa, graduação alcoólica e em alguns casos, relatar as análises químicas.
Além disso tudo, é interessante notar que por meio dos dados no rótulo traseiro é possível ter ideia de como o vinho foi feito. Ou seja, há informações se o produtor apenas engarrafa ou se ele produz as uvas e engarrafa a bebida.
Esses dados geralmente são usados pelos colecionadores para saber a qualidade do vinho. Mas fique atento se o vinho for produzido em um local e engarrafado em outro, o transporte poderá comprometer a qualidade.
Fuja das ciladas
Saber ler rótulos ajuda você a escapar de alguns problemas. Por exemplo, evite comprar vinhos com a denominação “de mesa”, pois eles podem ser preparados com uvas de menor qualidade. Elas geralmente não são usadas na fabricação de bebidas e sim para consumo in natura ou até para fazer frutas secas.
Outra dica é prestar atenção nos vinhos suaves, pois eles podem ter a adição de açúcar. Se a fermentação não foi feita por completo e a uva era inferior, o produtor irá completar o vinho com açúcar.
É bom também entender o termo “Reservado”. Ele geralmente é usado na América do Sul e muitas vinícolas utilizam no vinho mais simples da carta. Não significa que são produtos ruins, porém não têm origem controlada, geralmente são feitos em grande escala e têm como objetivo manter as características, independente da safra.
Outra questão são os blends de uvas. Eles não são ruins, porém se você não conhecer as qualidades utilizadas, não saberá o que está bebendo. Por isso se é iniciante prefira vinhos de uma uva só, assim é possível saber do que gosta, ou não, antes de partir para as misturas.
Fique esperto
Você já ouviu falar que a moda é cíclica e que ela retorna a cada 20 anos? Então, nas bebidas acontece algo semelhante. Há alguns anos a moda era servir champagne em taças baixas, depois esse utensílio caiu em desuso.
Inúmeras bebidas que eram consumidas nas baladas, nos jantares, desapareceram e tempos depois reascenderam. Alguém bebia gin há cinco anos? O vinho é atemporal, porém um belo rótulo ou um bom trabalho de marketing feito em determinada região faz com que determinado produto valorize e desperte desejo nos consumidores.
Para não cair em armadilhas e modismos as dicas mais valiosas são: saiba ler os principais elementos do rótulo e experimente. Beba vinho! Você vai encontrar bons e maus exemplares, mas para saber distinguir a fórmula é provar.
Clube do Vinho ajuda a escapar das armadilhas
Um dos jeitos mais eficazes para ter acesso a bons vinhos é sendo assinante de um clube. No Clube de Vinhos TopWines a escolha das bebidas é feita por uma curadoria especializada. Assim, o consumidor terá a certeza de que não vai comprar vinhos da moda e sim produtos de excelência. No e-commerce TopWines o cliente tem acesso a rótulos de mais de 15 países sendo sempre surpreendido com produtos de qualidade e procedência garantida.