Cercada de rituais e tabus, a experiência de degustar vinhos pode ser mais descomplicada e agradável do que se imagina

O fato de degustar vinhos pode gerar pânico em algumas pessoas. Mas calma! Não há nada de mítico no ato de beber esse fermentado milenar. Muitos se sentem forçados a consumir vinho por pressão social, status ou etiqueta. Seja num jantar romântico, de negócios ou em um evento refinado. Porém, beber vinho é simples. Mas para se ter segurança é preciso experimentar.

Para começar, você precisa entender que há diversas classificações da bebida. Seja por tipo de uva, corpo, região ou cor. Uns mais fáceis de beber, outros nem tanto. Mas a melhor dica para desmistificar o vinho é provar.

Para quem não tem intimidade com o tema, o ideal é começar pelos leves e, conforme o paladar for se acostumando, migrar para os encorpados. Além disso, não ter vergonha de perguntar.

Em via de regra o brasileiro não tem muito apreço pela falta de doçura. Em se tratando de vinhos, os nossos classificados como “de mesa” são carregados de açúcar. Se você conversar com alguém que não tem costume de degustar vinhos, geralmente a pessoa vai escolher uma bebida doce. Porém isso é um erro, pois o que é muito carregado de glicose atrapalha o paladar.  

Quero comprar um vinho, por onde começo?

Todo mundo já deve ter presenciado a cena do consumidor parado na frente de uma gôndola cheia de vinhos tentando escolher o que levar para casa. Escolho pelo preço, por região, por uva? Calma! Em se tratando de preço, o ideal é optar pelos medianos.

Os mais caros costumam ser vinhos envelhecidos, encorpados e que podem ser difíceis de beber para quem não tem muita familiaridade. Já os mais baratos são aqueles produzidos com uvas menos nobres de qualidade inferior.

Outra dica é ler o rótulo com calma, principalmente saber quais as uvas usadas, região onde foi produzido, a safra e o produtor. Isso tudo interfere nas características da bebida. Por exemplo, se a ideia é comprar um vinho leve e mais fácil de beber, você não poderá escolher uma safra antiga. 

Tipos de vinho encontrados no mercado

Uma divisão bem simplória pode afirmar que existem vinhos brancos, tintos, roses e espumantes. Porém, as classificações vão além.

Os brancos e os tintos podem ser separados em leves, de corpo médio ou encorpados. No geral, os leves são os jovens com um grau de acidez maior, com taninos (o que dá sensação de secura na boca) quase imperceptíveis.

Os de corpo médio envelhecem brevemente em barris de carvalho, o que desperta novos tipos de aromas.

Já os encorpados passam por processo de envelhecimento longos, os taninos são mais marcantes (nos vinhos tintos) e os brancos têm gosto mais amanteigado. Os roses podem ser leves e encorpados.

Já os espumantes são classificados conforme o método de fermentação. No asti o gás é gerado a partir das próprias uvas (moscatel é um exemplo). No charmat o vinho já fermentado é colocado em tanques e incrementado com leveduras fazendo assim uma segunda fermentação (proseccos italianos).

Por fim, o método champenoise é o usado para fazer champanhe e outros. A primeira fermentação é feita a base de vinho fermentado e a segunda dentro da garrafa.

Existem ainda os vinhos de sobremesa (não confunda com suaves). Estes podem ser de colheita tardia, fortificados, passificados ou brotytizados. São produzidos com uvas maduras ou sobremaduras e contém maior teor de açúcares. 

Como escolher os primeiros vinhos para degustar

Para começar a degustar vinhos o ideal é escolher os menos complexos. As vinícolas geralmente apresentam o primeiro vinho do catálogo como o mais barato (não encare isso como um problema) e o mais fácil de beber. Os vinhos mais encorpados e com muito tanino causam sensação de secura na boca, o que pode levar o principiante a ter uma experiência ruim.

Outra dica é escolher vinhos feitos com uma uva só. Assim você vai começar a identificar as suas preferências. Num segundo passo escolha os blends. Os tintos produzidos com uva Pinot Noir e os brancos feitos de Chardonnay são escolhas clássicas seguras e que podem dar certo.

Outra sugestão é buscar as produções do novo mundo – América do Sul, EUA, África do Sul e Austrália. Estas regiões produzem bebidas mais modernas voltadas para o paladar dos novos consumidores.

Como dar os primeiros goles

O ritual do primeiro gole parece complicado, mas não é. Ele também não precisa ser longo, cerca de 15 segundos já são suficientes. Quando pegar a taça, incline-a em direção à luz, assim você vai conseguir observar a cor do vinho. Depois gire um pouco observe o corpo do vinho, quanto mais lágrimas escorrerem, mais alcoólico ele será. Coloque o nariz dentro da taça e puxe o ar. Assim, você irá sentir os aromas liberados pelo vinho. Por fim, beba um pequeno gole para sentir os sabores do vinho e comece a degustação.

É preciso ficar atento a alguns detalhes que podem atrapalhar na experiência. Se a taça estiver suja, manchada, engordurada ou com aroma de detergente, isso tudo vai interferir no gosto do vinho.

Outra situação é a temperatura, muito quente ou gelado. Perceba que no rótulo há a indicação de correta que a bebida deve ser servida.

Uma última observação na hora de degustar vinhos. No restaurante o ritual do primeiro gole só serve para você ver se a bebida está em boas condições. Depois de fazer a escolha, não recuse um vinho porque você não gostou dele.

Em tempos de distanciamento social, escolha a segurança

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As embalagens são limpas cuidadosamente antes de serem enviadas ao cliente. Assim você não corre o risco de se contaminar e ainda saboreia um delicioso vinho em segurança.

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